sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sócrates:a dialética

Nascido em Atenas,Sócrates (469-399 a.C) é tradicionalmente considerado um marco divisório da história da filosofia grega. Por isso, como vimos antes , os filósofos que o antecederam são chamados de pré-socráticos e os que o sucederam, de pré-socráticos. O próprio Sócrates, porém, não deixou nada escrito, e o que se sabe dele e de seu pensamento vem dos textos de seus discípulos e de seus adversários.
Sócrates era filho de um escultor e de uma parteira. Dupla herança que,simbolicamente, o levou a buscar esculpir uma representação autêntica do ser humano, fazendo-o dar à luz suas próprias ideias.
O estilo de vida de Sócrates assemelhava-se, exteriormente, ao dos sofistas, embora não "vendesse" seus ensinamentos. Desenvolvia o saber filosófico em praças públicas, conversando com os jovens, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Unir o saber ao fazer, a consciência de intelectual à consciência prática ou moral.
Tanto quanto os sofistas, Sócrates abandonou a preocupação dos filósofos pré-socráticos em explicar a natureza e concentrou-se na problemática do ser humano. No entanto, contrariamente aos sofistas, opunha-se, por exemplo, ao relativismo quanto à questão da moralidade e ao uso da retórica para atingir interesses particulares.

Debate com sofistas

Embora tenha sido, em sua época, confundido com os sofistas, Sócrates travou uma polêmica profunda com esses filósofos. Procurava um fundamento último para as interrogações humanas (O que é o bem? O que é a virtude?  O que é a justiça? ),ao passo que os sofistas-conforme a visão de seus críticos- situavam suas reflexões a partir dos dados empíricos, o sensório imediato, sem se preocupar com a investigação de uma essência da virtude,  da justiça, do bem etc., a partir da qual a própria realidade empírica pudesse ser avaliada.

A pergunta fundamental que Sócrates tentava responder era: o que é a essência do ser humano?  Ele respondia dizendo que o ser humano é a sua alma, entendendo-se "alma", aqui, como a sede da razão,  o nosso eu consciente, que inclui a consciência intelectual e a consciência moral, e que, portanto, distingue o ser humano de todos os outros seres da natureza.

Por isso,  o autoconhecimento era um dos pontos básicos da filosofia socrática. "Conhece-te a ti mesmo", frase inscrita no Oráculo de Delfos, era a recomendação primordial feita por Sócrates a seus discípulos.






Nenhum comentário:

Postar um comentário