quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Legado da Cultura Romana

         Os romanos promoveram, no Mediterrâneo, uma unidade cultural, que, ao mesclar-se com a cultura germânica, serviu de matriz para a cultura ocidental-cristã.

        A maior expressão artística dos romanos foi a arquitetura, que integrou elementos da cultura etrusca, como a abóbora e o arco, com elementos helenísticos.









                           Na arquitetura romana destacavam-se as termas, que, além de oferecer banhos frios e quentes ou de vapor, abrigavam edifícios em que havia dependência destinadas a palestras, bibliotecas e arquivos.

           Os romanos foram os primeiros a estabelecer uma distinção entre propriedades públicas e privadas e, por extensão, entre as relações cidadão -Estado e de cidadãos entre si. Também foram os primeiros a organizar a sociedade a partir de um código de leis que se dividia em 

  • Jus Naturale - compêndio filosófico de direito;
  • Jus Gentium - conjunto de leis que regulavam os interesses das comunidades dominadas  por Roma, origem do Direito Internacional.
  • Jus Civile - conjunto de leis que regulavam os direitos dos cidadãos romanos.
        A literatura e a filosofia romanas foram fortemente influenciadas pelo pensamento grego, porém, deram a essas duas expressões culturais realismo e praticidade. A literatura foi marcada pela descrição da vida, sobretudo da vida rural. Na fase imperial, a principal característica foi a exaltação do passado romano, que inspirou a Eneida, de Virgílio, as Odes e Sátiras, de Horácio, e Faustos e metamorfoses, de Ovídio.

        No campo filosófico, marcado pelo estoicismo e pelo epicurismo, a principal preocupação era libertar os homens dos deuses e da morte e favorecer o entendimento de que a felicidade está na satisfação dos desejos físicos e naturais. Os grandes  representantes do estoicismo romano foram o imperador Marco Aurélio e Sêneca.

        Os romanos também tiveram grandes representantes na oratória, entre eles Cícero - com as  Catilinárias, Verrinas e Filípicas, serviu de modelo para a Retórica - e Catão - destacou-se na eloquência, transformando a oratória em um ramo da Literatura ao publicar seus discursos.

        Tito Lívio, com História romana e Suetônio com Vida dos Césares, destacaram-se na Historiografia. Também merecem destaque Políbio e Júlio Cesar, que escreveu De Bello Galico (comentários sobre a Guerra das Gálias). Essas obras não são classificadas como literárias, pois tinham o objetivo de descrever e  enaltecer Roma e seus grandes homens.

        O latim, língua dos romanos, deu origem a vários idiomas, que receberam o nome de línguas neolatinas, das quais são exemplos francês, português, espanhol, italiano e romeno, entre outras



Baixo Império (século III a V d.C.)

         Após a dinastia dos Severos (235) o Império Romano enfrentou uma sucessão de crises, que foram da anarquia militar às invasões germânicas e à substituição do escravismo pela servidão; os problemas internos agravaram-se com a falta de alimentos, a alta de preços e o declínio das manufaturas.

        O fim da expansão territorial, que fez cessar o fornecimento de mão de obra escrava, levou os proprietários a arrendar suas terras a trabalhadores livres, os quais pagavam o arrendamento com parte da produção e, em sua maioria, estavam presos à terra em que trabalhavam. Essa situação foi confirmada por Constantino, que decretou a fixação do homem à terra, dando origem ao sistema de colonato, uma das instituições que forneceu as bases para a organização da sociedade feudal.

        Tudo isso colaborou para uma profunda transformação da sociedade romana. O modelo socioeconômico criado em Roma chegara ao seu limite, não respondia mais às necessidades do homem do Mediterrâneo.

        As dificuldades forçaram as populações a deslocar-se para o interior, provocando uma ruralidade da sociedade. Em busca de proteção, isolaram-se em vilas autossuficientes e autônomas.

        Desse período, merecem destaque os imperadores   

  • Constantino - pelo Edito de Milão, concedeu liberdade de culto aos cristões, conquistando dessa forma um grande contingente de soldados para o Império, que vivia sob a ameaça de invasões; decretou a fixação do homem à terra em que trabalhava, solucionando o problema da mão de obra e da cobrança de impostos. Além disso, fundou, no Estreito de Bósforo, a cidade de Constantinopla, que se tornou a segunda capital do Império.
  •  Teodósio - oficializou o cristianismo e dividiu o Império Romano em dois: o do Oriente, cuja capital era Constantinopla, e o do Ocidente, cuja capital era Roma. O primeiro deu origem ao Império Bizantino, que sobreviveu até o século XV, quando foi dominado pelos turcos otomanos, e o segundo desapareceu com a invasão dos povos germânicos, os chamados bárbaros.



Primeira Lei de Newton

 

            A Primeira Lei de Newton, conhecida também como Princípio da Inércia, foi enunciada por Newton, em seu livro Principia, como Lei I.


     Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que ele seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele.


        A inércia é uma propriedade inerente da matéria, por meio da qual todo corpo tende a se opor à variação do seu estado de repouso ou  de movimento. Assim, todo corpo em repouso tende a continuar em repouso e todo corpo em movimento tende a continuar em movimento retilíneo uniforme. 


        A Primeira Lei de Newton também  pode ser enunciada assim:

         "Quando a resultante das forças que atuam numa partícula é nula, esta se encontra em                                          repouso ou em movimento retilíneo uniforme."

Quando maior a massa de um corpo, maior a sua Inércia, pois corpos de maior massa oferecem maior resistência à alteração de seu estado de repouso ou de movimento do que corpos de menor massa. Por exemplo: um elefante tem maior inércia do que uma bola de futebol, pois é mais difícil tirar o elefante do repouso do que a bola.  


            *Observação 

            O repouso também é denominado de equilíbrio estático, e o movimento retilíneo uniforme de equilíbrio dinâmico.

    segunda-feira, 1 de junho de 2020

    A civilização Mesopotâmica





             A Mesopotâmia foi habitada por vários povos. A palavra Mesopotâmia, em grego, significa "entre rios", ou seja, uma planície que se localiza entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Cáspio, percorrida pelos rios Tigre e Eufrates, onde atualmente se localiza o Iraque.
             Essa planície fértil atraiu vários grupos de invasores e vários povos instalaram-se e desenvolveram na região: sumérios, acádios, amoritas, cassitas, assírios e caldeus. Com uma população variada, as contribuições foram também diversificadas.
             A agricultura era a principal atividade econômica, aproveitando as enchentes dos rios. Plantavam arroz, trigo e cevada, fazendo trocas com os excedentes de produção, também de frutas e legumes. Desenvolveram o comércio com povos vizinhos e povos distantes da Índia e norte da África. Nesse comércio, criaram cartas de crédito, pesos de metal, selos especiais em formato de carimbos.
            Organizavam-se em cidades-Estado e as primeiras delas foram Uruk e Lagash. Os seus costumes não necessariamente leis, eram regidos pelo Código de Hamurábi, que era baseado no Direito Sumério e consolidava o poder do Estado e o desenvolimento comercial.
            Um dos princípios do Código de Hamurábi era a pena de Talião, que prescrevia rigorosas penas para punir os criminosos. O seu princípio básico era: "Olho por olho, dente por dente". Os sumérios criaram a escrita cuneiforme (era feita em sinais com a forma de cunha), que foi decifrada pelo inglês Rawlinson em 1847.





            Em virtude da presença de inúmeros povos, o clima de guerra era uma constante na Mesopotâmia e foram os assírios que se notabilizaram pelas conquistas de povos e cidades e pela forma cruel como tratavam os vencidos.
            Eram odiados pelos povos da época e foram destruídos pelos babilônios, cujo rei mais conhecido foi Nabucodonosor. Durante seu reinado foram construídos templos e palácios com jardins suspensos muito famosos e conhecidos como uma das maravilhasmdo mundo antigo.
            A religião era um aspecto importante na vida destes povos, que eram politeístas. Adoravam o Sol e a Lua. Estudavam astronomia, e acreditavam na interferência da posição dos astros na vida das pessoas. Inventaram o s horóscopos.
             Fizeram estudos e descobertas no campo da matemática. Desenvolveram a escultura e arquitetura decorando palácios e monumentos, que não resistiram à ação do tempo, pois eram feitas de argila.
             As suas cidades principais foram Ur, Nínive e Susa. Foram famosos por desenvolverem as técnicas de fabricação do vidro que era obtido da fusão de cal, soda, quartzo e areia.


    A civilização dos Persas





           Os persas eram de origem indo-européia, ou seja, os povos indo-europeus eram origiários das regiões que hoje correspondem à Pôlonia e sul da Rússia. A região, que fica entre o Mar Cáspio, o Golfo Pérsico, o Planalto do Irã, é elevada, com altitude em torno de 1.200 metros. Sua área central é quase desértica com verões muito quentes e invernos gelados.
           Nas encostas dessas montanhas, onde há florestas, pastagens e vales férteis, essas eram as terras ocupadas pelos persas e medos. Não contaram com grandes rios como os egípcios e mesopotâmicos;na principal riqueza era a exploração de minérios.
           O imperador mais famoso foi Ciro, que chegou a conquistar as terras da Babilônia e realizou grandes obras. Cambises, filho de Ciro, conquistou o Oriente Médio, ampliando os territórios dos persas, que tinham em Susa sua capital.
           O apogeu do Império Persa deuse sob o governo de Dario, no final do século VI a.c. Este rei construiu grandes estradas para escoar mercadorias que produziam e criou uma moeda de ouro chamada dárico. Dario dividiu o império em regiões administrativas que se chamavam satrápias e eram administradas por funcionários reais chamados sátrapas.
           No final do século VI a.c., os persas já haviam conquistado as colônias gregas, o que deu origem às Guerras Médicas, em que os persas foram derrotados pelos gregos.





           A religião dos persas, pregada por Zoroastro, baseava-se na existência de dois princípios antagônicos e inimigos: o Bem - espírito Ormuz, deus criador do Universo, e o Mal - deu Arimã, representado por uma serpente, criador das trevas, das doenças e dos pecados.
           Os persas copiaram e modificaram a escrita cuneiforme dos povos mesopotâmicos. A arte persa manifestou-se principalmente na escultura e arquitetura dos palácios de Persépolis e Susa e dos túmulos dos reis Passárgada.
           Usavam colunas finas com lindos capitéis e usavam leões como decoração colorida em muros de tijolos esmaltados. A sua organização política e militar também se tornou famosa.
           A queda do Império Persa ocorreu em virtude de guerras contínuas, de sua grande expansão (e a falta de controle sobre seu próprio território), da incapacidade dos sucessores de Dario I e, por último: no reinado de Dario III, o império Persa acabou sob o domínio de Alexandre Magno, rei macedônio (Alexandre, O Grande). Mesmo sendo o maior império da antiguidade, acabou decaindo em apenas alguns anos.

    Mitocôndria





             A respiração aeróbica utiliza o gás oxigênio, e o organoide responsável pela realização desse processo é a mitocôndria, pois ela produz ATP e consome oxigênio. Por isso, deve-se estudar primeiramente a morfologia desse organoide.
             As mitocôndrias podem ser visualizadas pela microscopia ópica com a utilização de corante Verde Janus. Elas estão em grande quantidade nas células eucarióticas. São organoides constituídos por duas membranas lipoproteicas, que delimitam dois compartimentos: a câmara externa e a câmara interna, onde se encontra a matriz mitocondrial.
            Existem diferenças estruturais entre essas membranas. A externa apresenta uma grande quantidade de proteinas transportadora do tipo canal, cuja função é permitir o livre acesso entre o citosol e o espaço intermembranoso. Já a membrana interna, de composição lipoproteica, promove seletividade. Essa seletividade é muito importante para manter a composição química da câmara interna, diferentemente do espaço intermembranoso. Como é possível perceber na ilustração anterior, a membrana interna apresenta dobras, denominadas de cristas mitocondriais. Essas cristas aumentam a superfície interna, tornando a produção de ATP mais eficiente, pois é nelas que ocorre a cadeia respiratória, etapa mais energética da respiração aeróbica.





           A matriz, que preenche a câmada interna, é uma solução altamente proteica, com enzimas envolvidas na degradação dos ácidos graxos e pelo ciclo de Klebs. Nessa matriz encontram-se DNA mitocondrial e ribossomos.
           Todas as mitocôndrias dos seres humanos originaram-se a partir de mitocôndrias maternas, provenientes do gameta feminino. O conjunto das mitocôndrias forma o condrioma.
           A mitocôndria consegue realizar um feedback em relação à quantidade de ATP na célula. Ela percebe o excesso dessa molécula energética e retarda sua atividade. O tecido muscular, por exemplo, pode necessitar de mais energia. As mitocôndrias se autoduplicam e aumentam em quantidade, até certo nível populacional, para suprir essa nova demanda energética. Caso o tecido muscular não precise dessa carga extra de energia, a população mitocondrial volta à quantidade inicial.

    Vírus





              Vírus são agentes infecciosos microscópicos, com dimensões em torno de 20 nm a 300 nm - portanto visíveis apenas ao microscópio eletrônico -, e são constituídos basicamente por uma cápsula proteica que envolve o material genético: DNA e RNA. Assim se apresentam os vírus, parasitas intracelulares obrigatórios que se reproduzem apenas no interior de células vivas e, por apresentarem essa organização acelular, não são incluídos em nenhum dos cinco reinos de seres vivos.

    Afinal os vírus não são tão maus como se pensa ….NOCTULA Channel ...

             O bacteriófago é um vírus de DNA que parasita bactérias. O estudo deseu ciclo viral permitiu aos cientistas conhecerem muito acerca desses microrganismo. Os bacteriófagos fixam-se à bactéria por meio das fibras sa cauda, a qual libera enzimas que perfuram a parede da célula, injetando o seu DNA viral, que passa a controlar a atividade metabólica da bactéria. Novas moléculas de DNA viral são sintetizadas no interior da bactéria, ocorrendo em seguida a formação de novas cápsulas proteicas. Em torno de aproximadamente 20 minutos, ocorre a ruptura da célula bacteriana com a liberação de dezenas de vírus capazes de invadir novas bactérias, recomeçando o ciclo.

    Picture




    Ciclo do oxigênio





             O oxigênio, gás de vital importância para os seres vivos, representa cerca de 21% do ar atmosférico e é usado tanto nos processos energéticos como nos respiratórios.
             O oxgênio é um gás comburente utilizado na queima dos nutrientes no nível celular pela maioria dos seres vivos. As principais fontes de oxigênio são CO2 (dióxido de carbono), H2O (água) e O2 (oxigênio molecular). Outras fontes são os íons nitratos e sulfatos que liberam oxigênio durante a decomposição dos orgamismos e o fornecem aos seres vivos.





             O mais importante processo de produção de oxigênio é a fotossíntese, realizada pelos seres vivos autotróficos encontrados sobre a superfície terrestre (plantas) ou na água (algas). Como a respiração e a fotossíntese são processos cíclicos, a concentração de oxigênio presente na atmosfera permanece constante.
             Durante o processo fotossintético, a molécula de água é quebrada e ocorre a liberação do oxigênio, que é utilizado na respiração dos próprios produtores e dos outros organismos vivos que compõem o ecossistema (animais, fungos, etc.).

    Ciclo do oxigênio e sua importância - Estudo Prático

    Ciclo do carbono





           O carbono, presente em todas as substâncias orgânicas dos seres vivos (celulose e proteínas) e nas substâncias inorgânicas (esqueleto ósseo, conchas, carapaças dos animais), é utilizado na natureza como matéria-prima na fotossíntese. No meio líquido, o carbono pode ser encontrado na forma de carbonato (CO32-) e bicarbonato (HCO3); no interior da crosta terrestre, armazenado sob a forma de combustíveis fósseis e na atmosfera, como CO2 (dióxido de carbono).
           A concentração de gás carbônico na atmosfera é de aproximadamente 0,03%, proporção semelhante a que é encontrada na hidrosfera. Tal como o ciclo do oxigênio, o ciclo do carbono está vinculado à respiração e à fotossíntese, que sequestra o carbono atmosférico e o converte em carboidratos na presença da energia luminosa e da água.





           As subtâncias orgânicas sintetizadas são utilizadas pelas plantas, pelas algas e pelos seres heterotróficos que, por meio da respiração, devolvem o CO2 ao meio físico. Na quimiossíntese, as bactérias também utilizam o gás carbônico para produzir substâncias orgânicas, que são utilizadas para a sua sobrevivência. A decomposição da matéria orgânica também participa do processo de liberação do CO2.

    Ciclo do Carbono - Grupo Escolar

    Parede celular





             A parede celular pode ser encontrada nos organismos pertenecentes aos reinos Monera, Protista, Fungi e Plantae. A diferença entre essas paredes é a composição química de cada uma delas. Vamos ver agora a parede celular das células vegetais, que também é denominada membrana celulósica.
            A membrana celulósica é permiável e tem por função a proteção mecânica da célula, pois evitao rompimento da célula por entrada excessiva dee água.
            A parede celular dos vegetais varia em espessura conforme a função e a idade da célula. Ela é constituída por três camadas: lamela média, parede primária e parede secundária. Dessas camadas, as duas primeiras são encontradas obrigagatoriamente em todas as células.





            A lamela média é secretada tão logo a célula termine sua divisão, ficando entre as paredes primárias de células adjacentes, realizando função de substância cimentante. Podemos encontrar, na composição química da lamela, substâncias pécticas.
            A parede primária é secretada pela célula durante o seu desenvolvimento. Encontramos, na sua composição química, substâncias pécticas, hemicelulose e fibrilas de celulose. Dos diferentes tecidos existentes nas plantas, os meristemas só apresentam essa parede, além de algumas células do colênquima - tecido de sustentação - e do parênquina - tecido de preenchimento.
            Depois que a célula vegetal alcança seu crescimento, uma nova parede passa a ser depositada sobre a primária. Esse depósito é irregular e diminui o espaço interno - ou lúmen celular. A maioria das células com parede secundária não apresenta o protoplasto, a parte viva da célula. Na composição da parede secundária, encontram-se hemicelulose e celulose em grande quantidade.

    A CÉLULA VEGETAL Unidade estrutural e funcional do vegetal; - ppt ...

    Membrana Plasmática





                    Todas as células existentes são envolvidas por uma membrana plasmática, que promove a contenção do conteúdo citoplasmático e mantém o meio interno ou intracelular diferenciado do externo ou extracelular, propriedade denominada permeabilidade seletiva.
                    As membranas plasmáticas não são visualizadas pelo microscópio óptica por sua espessura, que é de 75 angstrons. Seu estudo somente se tornou possível com a invenção da microscopia eletrônica.
                    Os grandes avanços da Bioquímica, da Biofísica e o aperfeiçoamento das técnicas de observação levaram ao surgimento de novos modelos explicativos. O de Robertson, por exemplo, reforçou o modelo “sanduíche”. Em 1972, Singer e Nicholson propuseram o chamado modelo mosaico fluido.
                    O modelo mosaico fluido é o mais aceito atualmente e, segundo ele, a nossa membrana é formada por uma bicamada de fosfolipídios, glicolipídios e colesterol – exclusivo de células animais – e é salpicada por proteínas integrais ou intrínsecas, que atravessam a membrana também é possível encontrar proteínas denominadas periféricas ou extrínsecas.





                    Os fosfolipídios são substâncias anfipáticas, isto é, a cabeça é hidrofílica e polar e a cauda, hidrófoba e apolar. As cabeças ficam voltadas para a porção externa da membrana e em contato com a água, ao passo que a cauda fica voltada para a porção mediana. As proteínas que compõem a membrana também são anfipáticas e se distribuem obedecendo ao mesmo arranjo.
                    O modelo proposto pelos dois cientistas nos sugere a fluidez da membrana, propriedade pertinente aos lipídios. Para facilitar a compreensão, podemos imaginar que nossa membrana plasmática é um mar de lipídios com proteínas “boiando” e movimentando-se lateralmente, determinando a fluidez da membrana.

    Membrana plasmática - Funções e estrutura - Estudo Prático


    sexta-feira, 29 de maio de 2020

    Congresso de Viena




           Terminando a Era Napoleônica, as potências europeias procuraram não só reorganizar o mapa europeu após as guerras, mas também conter o  avanço das ideias liberais propagadas pelo antigo imperador francês. Para atingir o objetivo de fortalecer o Antigo Regime, os governantes europeus haviam organizado o Congresso de Viena ainda em 1814, após a Batalha de Leipzig, o qual só pôde ser concluído no ano seguinte, após o fim do governo dos Cem Dias.
           A mensagem política do Congresso de Viena era bastante conservadora, pois procurava combater as ideias liberais e nacionalistas divulgadas pela Revolução Francesa.
           Grande parte das decisões tomadas durante o evento foram imposições do Comitê dos Quatro, composto por Áustria, Prússia, Inglaterra e Rússia.

    Congresso de Viena (1814-1815) - Toda Matéria
       

           Podem-se destacar como importantes decisões os seguintes princípios.

    • Restauração do absolutismo.
    • Legitimidade das antigas dinastias depostas pelas guerras napoleônicas, tal princípio foi proposto pelo representante francês Talleyrand.
    • Equilíbrio europeu que procurava restaurar uma paz duradoura entre as potências europeias.
    • Reformulação do mapa político europeu, que deveria restituir as mesmas fronteiras existentes em 1789.





           A medida de maior repercussão tomada durante o Congresso de Viena foi a Santa Aliança, também conhecida por Quíntupla Aliança ou Pentarquia, um acordo político-militar que estabelecia a formação de um exército multinacional para combater qualquer movimento liberal que colocasse emrisco alguma monarquia absolutista e lutar contra a emancipação das colônias. O austríaco Metternich criu o Princípio da Intervenção, dando à Santa Aliança o direito de intervir em nações nas quais houvesse manifestações liberais e nacionalistas.
           A Inglaterra discordou de tal medida, por defender a liberdade de comércio e a independência das colônias na América, e seu primeiro-ministro, Canning, saiu em defesa sa não intervenção. A saída inglesa enfraqueceu o equilíbrio proposto pelos reacionários que eram partidários de Metternech.
          A França não sofreu nenhum tipo de punição, pois o problema havia sido Napoleão, que estava preso. O governo francês passou a ser exercido por Luís XVIII, dando continuidade à restauração da Dinastia Bourbon.




    quinta-feira, 28 de maio de 2020

    República das espadas





           Logo após a Proclamação da República, o Marechal Deodoro da Fonseca assumiu a presidência do país, chefiando um governo provisório, pois havia necessidade de solucionar os problemas mais urgentes que atingiram o Brasil naquele momento. As medidas mais importantes foram escolha de uma nova bandeira nacional, banimento da família imperial, naturalização de grande número de imigrantes, separação entre Igreja e Estado, convocado de uma Assembleia Constituinte, instituição do casamento civil, transformação das províncias em estados, escolha de uma república federativa como regime político e a reforma do Código Penal.
           A Constituinte da época promulgou a Constituição de 1891, a primeira da república e a segunda do país.
          Foi nomeado ministro da fazenda o jurista baiano Rui Barbosa, intelectual e político com livre trânsito entre os militares positivistas. Ele achava que o único obstáculo para a industrialização brasileira era a falta de crédito, o que o levou a autorizar alguns bancos privados a emitirem papel-moeda, ampliando o crédito para quem desejasse implantar indústrias no país. Porém a emissão de papel-moeda sem o lastro de ouro provocou a desvalorização da moeda e, consequentemente, inflação. Com a verba liberada em função da industrialização, os aproveitadores criaram empresas-fantasmas, especulando com elas na bolsa. Esse movimento de intensa especulação bolsista (chamado de encilhamento) resultou em mais inflação e desorganização da economia brasileira (crise do encilhamento).
          Apesar de vários governadores concordarem com os atos de Marechal Deodoro, a reação da oposição, entretanto, o assustou. Políticos de vários estados ameaçaram pegar em armas. Explodiu, então, a Revolta da Marinha, comandada pelo almirante Custódio de Melo e inicio-se uma greve dos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil. Até mesmo alguns setores do Exército não concordavam com a atitude inconstitucional do presidente.







         Pressionado e temendo uma guerra civil, Deodoro renunciou. Assumiu o governo, então, o vice-presidente Marechal Floriano Peixoto, que conseguiu o apoio dos jacobinos, militares que defendiam radicalmente a implantação da república.
          Para conciliar seu autoritarismo com o apoio popular, Floriano decretou a redução de impostos e aluguéis, lançou um projeto de construção de casas populares, combateu os intermediários do comércio reabriu o Congresso.
           No entanto, o governo de Floriano era inconstitucional, pois ele, como vice, assumiu quando seu antecessor não tinha cumprido, pelo menos, metade do mandato. Conforme a Constituição, deveria ter sido convocada uma nova eleição. Floriano não concordava com esse determinação, mesmo quando a oposição partia do próprio Exército, como foi o caso do Manifesto dos Treze Generais, no qual era exigida o cumprimento da Constituição. 
          Explodiu a Revolta da Armada, liderada pelo Almirante Saldanha da Gama. Os oficiais da Marinha tinham sido monarquistas e, depois da Proclamação da República, haviam sido excluídos do poder, motivo pelo qual se opunham ao governo de Floriano. Uma vez derrotados, os oficiais rebeldes se dirigiram para a Região Sul, onde decidiram juntar-se a políticos rebeldes em terra.
          O maior foco de oposição a Floriano surgiu no Sul com a Revolução Federalista. O apoio a Floriano era liderado pelo governador gaúcho Júlio de Castilhos e seus seguidores, os chamados pica-paus. Já os opositores, contrários a uma excessiva centralização de poderes, eram os federalistas ou maragatos, liderados por Silveira Martins. Apesar de os federalistas avançarem sobre Santa Catarina e parte do Paraná, chegando inclusive a Curitiba, as tropas florianistas resistiram por um longo tempo na Lapa (PR), permitindo a preparação de uma contraofensiva do governo de Floriano Peixoto.
           Por causa da violência de seu governo, Floriano ganhou a alcunha de Marechal de Ferro.




    Causas da Reforma Religiosa






    No século XII, quando o sistema feudal começou a dar os primeiros sinais de incapacidade de atender às necessidades básicas das pessoas, surgiram movimentos sociais de caráter religioso que passaram a contestar a ordem vigente; eram as chamadas heresias. Esses movimentos, que se estenderam do século XII ao XV, caracterizaram-se por uma profunda crítica à Igreja, aos seus abusos e ao fosso existente entre seu discurso e a prática religiosa.
          Esses movimentos heréticos eram integrados por populações campesinas, sobre as quais recaíam os maiores ônus da crise feudal. Dentre os inúmeros movimentos, podem-se destacar os dos valdenses e dos cátaros, que ocorreram na França, no século XIII.
          Valendo-se dos ensinamentos evangélicos, o primeiro movimento, organizado por rico comerciante de Lyon, Pierre Valdès, rejeitava o culto aos santos, a missa e a confissão.
           A segunda heresia, por ter se originado na cidade de Albi, rendeu a seus seuidores a denominação de albigenses. Assim como os valdenses, os albigenses ou cátaros apresentavam uma doutrina maniqueísta, ou seja, uma concepção de mundo baseada na noção de bem e mal, além de contestarem a opulência do clero em oposição à pobreza pregada.
          No século XIV, surgiram novos movimentos heréticos liderados por John Wyclif, na Inglaterra, e por Huss, na Boêmia. Os dois atacaram severamente as instituições eclesiásticas, a venda de indulgências e a opulência do clero, defendendo a ideia de que a Escritura era a única fonte de verdade.
          Esses dois movimentos assumiram um caráter nacionalista. O movimento liderado por Wyclif pregava o confisco dos bens da Igreja na Inglaterra, a formação de uma Igreja local, favorável à livre interpretação da Bíblia. Seus seguidores, após sua morte, ficaram conhecidos como "Lollards" e passaram, também, a criticar a nobreza. O movimento de Huss não foi diferente: servindo para unir o povo tcheco contra os germânicos  que dominavam a região da Boêmia , traduziu a Bíblia para o idioma tcheco. Esse movimento foi considerado nacionalista e antigermânico.
          A oposição  não vinha apenas de fora da Igreja. Elementos pertencentes ao próprio clero também fizeram críticas, sem romper com a Igreja. Como exemplo dessa oposição interna, tem-se a ação de São Francisco de Assis e de São Domingos de Gusmão.
          Outro fator que trouxe desgaste à Igreja foi o confronto com o imperador do Sacro Império Romano Germânico, conhecido como Questão das Investiduras. O Papa Gregório VII, durante o seu pontificado (1073-1085), objetivando promover uma reforma espiritual do clero, proibira aos bispos e padres receber seus cargos das mãos de um leigo, o que significava retirar a Igreja do controle do poder temporal exercido pelos reis e pelos senhores feudais.
           O Imperador Henrique IV do Sacro Império Romano Germânico, por não acatar as determinações papais, acabou sendo excomungado e atraiu para si a oposição da nobreza feudal, temerosa da centralização  do poder real. Diante dessa situação, não restou ao imperador outra saída a não ser pedir perdão ao papa, realizando uma peregrinação que ficou cohecida como Penitência de Canossa (1077).
           Esse conflito persistiu até a Corcondata de Worms (1122), quando o Imperador Henrique V e o Papa Calixto II definiram que a investidura temporal seria precedida pela homenagem à autoridade imperial ao passo que a investidura espiritual seria de competência da Igreja.





          No século XIII, dando prosseguimento à política de centralização do poder real na França, Filipe IV (1285-1314), da dinastia capetíngea, passou a cobrar impostos do clero francês, provocando uma redução nas rendas da Igreja, que reagiu ameaçando-o de excomunhão. Diante de tal situação, o rei, com apoio da sociedade, em 1303, interferiu na eleição do substituto do Papa Bonifácio VIII, fazendo com que fosse eleito um francês para o trono papal.
          O novo papa, Clemente V, cedendo às pressões do rei da França, transferiu a sede da Igreja católica para a cidade francesa de Avignon. Dessa forma, a Igreja passou a ser controlada pelo rei da França. Um controle que durou setenta anos (1307-1377) e que ficou conhecido como Cativeiro da Babilônia.
          A Igreja católica impedia a acumulação de capital, condenando as operações de empréstimos com juros e o lucro; desejava-se, pois, uma religião que permitisse a acumulação de capital e o lucro sem censura.
          Os monarcas faziam oposição à forte autoridade do papa, o que prejudicava a centralização política tão desejada dos membros pela monarquia. Além disso, os nobres estavam interessados em tomar posse das terras pertencentes à Igreja.
          A falta de conhecimento e formação de grande parcela dos membros do clero, levou, com frequência, à imoralidade e ao comércio de objetos sagrados e de cargos eclesiásticos, conhecido como Simonia.




    quarta-feira, 27 de maio de 2020

    Reforma Luterana




    Apesar dos problemas, a igreja católica no Ocidente manteve sua unidade até o século XVI, quando a venda de indulgências no Sacro Império Romano Germânico, condenada por Martinho Lutero, funcionou coo o estopim de um movimento político-religioso que quebrou aquela unidade, levando à criação das Igrejas protestantes. Em 31 de outubro de 1517, esse religioso e professor fixava, na porta da igreja de Witterberg, 95 teses contra as indulgências.

    Movimento protestante iniciou dia 31 de outubro de 1517 - IEQ Lindeia
         
              Três anos se passaram entre a apresentação das suas 95 teses e o rompimento com Roma, que se deu com a publicação daquilo que os protestantes chamam os três "grandes escritos da reformação": Manifesto à Nobreza Alemã (agosto de 1520), Da Liberdade Cristã (setembro de 1520) e o Cativeiro da Babilônia (outubro de 1520). Nessas obras, delineava-se o que viria a construir alguns anos mais tarde a Igreja Luterana.
              Os escritos de Lutero tiveram grande aceitação por parte da pequena nobreza alemã. Temerosa da centralização do poder real e com a crise do sistema feudal, que provocava vários levantes populares, sem contar os movimentos comunais, essa nobreza encontrava nas ideias de Lutero as armas para garantir sua independência perante o imperador e o papa, além de assegurar uma sobrevida ao sistema feudal.
              No ano seguinte, Lutero foi convocado para uma Assembleia em Worms, quando deveria retratar-se. Diante de sua recusa, ele foi considerado indigno e banido do Império.
              A expansão  das ideias luteranas levou o Imperador Carlos V a convocar uma nova assembleia, dessa vez em Spira, em que se aceitava a doutrina luterana nas reuniões convertidas, mas não se admitia sua propagação pelo restante do Império. Portanto, esta dieta ao mesmo tempo em que era tolerante em relação ao luteranismo já instalado, não aceitava novas conversões nos Estados Germânicos. Essa decisão levou a uma manifestação por parte de determinados setores da sociedade que desejavam converter-se ao novo credo. Diante desse protesto por parte de alguns príncipes, surgiu o termo protestante. Em 1530, uma nova assembleia foi convocada em Augsburgo, quando foi apresentada a Confissão de Augsburgo, elaborada por Lutero e Melanchthon, em que se ditavam as bases da nova Igreja. 
              Entre os princípios da nova Igreja, podem-se destacar:

    • a Escritura como único dogma de fé;
    • a fé como única fonte de salvação;
    • a negação da transubstanciação;
    • a eliminação do clero regular, do celibato sacerdotal e do culto aos santos;
    • a substituição do latim nos cultos religiosos, que passaram a ser realizados no idioma nacional;
    • a submissão da Igreja ao Estado;
    • a manutenção de apenas dois sacramentos: batismo e eucaristia;
    • a livre interpretação das Escrituras.
     
            Em 1555 foi estabelecida a Paz de Augsburgo, pela qual os príncipes conseguiram a posse das terras secularizadas e a liberdade religiosa, no entanto, ficaram proibidas novas secularizações e os súditos deveriam adotar a religião dos príncipes: "cujus regio, ejus religio" - " tal príncipe, tal religião".