sábado, 28 de junho de 2014

Sofistas: Heróis ou vilões





O termo sofista teve originalmente um significado positivo. Entretanto, com o decorrer do tempo ganhou o sentido de "enganador" ou "impostor", devido, sobretudo, às críticas de Platão.

Desde então,  considerou-se a sofística, isso é,  a arte dos sofistas, apenas uma atividade viciosa do espírito, uma arte de manipular raciocínios, produzir o falso, iludir os ouvintes, sem qualquer amor pela verdade. Verdade se diz ''aletheia", em grego, e significa "manifestação daquilo que é", "o não oculto". Aletheia opõe-se a pseudos, que significa"o falso", "aquilo que se esconde, que ilude". Os sofistas pareciam não buscar a aletheia;contentavam-se com pseudos.

Por isso hoje se utiliza a palavra "sofisma", derivada de sofista, para designar um raciocínio aparentemente correto, mas que na realidade é falso ou inconclusivo,  geralmente formulado com o objetivo de enganar alguém.

Entretanto, abordagens mais recentes sobre a atuação dos sofistas procuram mostrar que o relativismo de suas teses fundamenta-se em uma concepção flexível sobre os homens,  a sociedade e a compreensão do real. Para os sofistas, as opiniões humanas são infindáveis e não podem ser reduzidas a uma única verdade. Assim, não existiriam valores ou verdades absolutas.

É importante destacar,  por último,  que não existe uma doutrina sofística única.  O que há são alguns aspectos comuns entre as concepções de certos sofistas, como Protágoras,  Górgias e outros, o que permitiu que fossem considerados como um conjunto ou corrente.

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