quinta-feira, 28 de maio de 2020

Causas da Reforma Religiosa






No século XII, quando o sistema feudal começou a dar os primeiros sinais de incapacidade de atender às necessidades básicas das pessoas, surgiram movimentos sociais de caráter religioso que passaram a contestar a ordem vigente; eram as chamadas heresias. Esses movimentos, que se estenderam do século XII ao XV, caracterizaram-se por uma profunda crítica à Igreja, aos seus abusos e ao fosso existente entre seu discurso e a prática religiosa.
      Esses movimentos heréticos eram integrados por populações campesinas, sobre as quais recaíam os maiores ônus da crise feudal. Dentre os inúmeros movimentos, podem-se destacar os dos valdenses e dos cátaros, que ocorreram na França, no século XIII.
      Valendo-se dos ensinamentos evangélicos, o primeiro movimento, organizado por rico comerciante de Lyon, Pierre Valdès, rejeitava o culto aos santos, a missa e a confissão.
       A segunda heresia, por ter se originado na cidade de Albi, rendeu a seus seuidores a denominação de albigenses. Assim como os valdenses, os albigenses ou cátaros apresentavam uma doutrina maniqueísta, ou seja, uma concepção de mundo baseada na noção de bem e mal, além de contestarem a opulência do clero em oposição à pobreza pregada.
      No século XIV, surgiram novos movimentos heréticos liderados por John Wyclif, na Inglaterra, e por Huss, na Boêmia. Os dois atacaram severamente as instituições eclesiásticas, a venda de indulgências e a opulência do clero, defendendo a ideia de que a Escritura era a única fonte de verdade.
      Esses dois movimentos assumiram um caráter nacionalista. O movimento liderado por Wyclif pregava o confisco dos bens da Igreja na Inglaterra, a formação de uma Igreja local, favorável à livre interpretação da Bíblia. Seus seguidores, após sua morte, ficaram conhecidos como "Lollards" e passaram, também, a criticar a nobreza. O movimento de Huss não foi diferente: servindo para unir o povo tcheco contra os germânicos  que dominavam a região da Boêmia , traduziu a Bíblia para o idioma tcheco. Esse movimento foi considerado nacionalista e antigermânico.
      A oposição  não vinha apenas de fora da Igreja. Elementos pertencentes ao próprio clero também fizeram críticas, sem romper com a Igreja. Como exemplo dessa oposição interna, tem-se a ação de São Francisco de Assis e de São Domingos de Gusmão.
      Outro fator que trouxe desgaste à Igreja foi o confronto com o imperador do Sacro Império Romano Germânico, conhecido como Questão das Investiduras. O Papa Gregório VII, durante o seu pontificado (1073-1085), objetivando promover uma reforma espiritual do clero, proibira aos bispos e padres receber seus cargos das mãos de um leigo, o que significava retirar a Igreja do controle do poder temporal exercido pelos reis e pelos senhores feudais.
       O Imperador Henrique IV do Sacro Império Romano Germânico, por não acatar as determinações papais, acabou sendo excomungado e atraiu para si a oposição da nobreza feudal, temerosa da centralização  do poder real. Diante dessa situação, não restou ao imperador outra saída a não ser pedir perdão ao papa, realizando uma peregrinação que ficou cohecida como Penitência de Canossa (1077).
       Esse conflito persistiu até a Corcondata de Worms (1122), quando o Imperador Henrique V e o Papa Calixto II definiram que a investidura temporal seria precedida pela homenagem à autoridade imperial ao passo que a investidura espiritual seria de competência da Igreja.





      No século XIII, dando prosseguimento à política de centralização do poder real na França, Filipe IV (1285-1314), da dinastia capetíngea, passou a cobrar impostos do clero francês, provocando uma redução nas rendas da Igreja, que reagiu ameaçando-o de excomunhão. Diante de tal situação, o rei, com apoio da sociedade, em 1303, interferiu na eleição do substituto do Papa Bonifácio VIII, fazendo com que fosse eleito um francês para o trono papal.
      O novo papa, Clemente V, cedendo às pressões do rei da França, transferiu a sede da Igreja católica para a cidade francesa de Avignon. Dessa forma, a Igreja passou a ser controlada pelo rei da França. Um controle que durou setenta anos (1307-1377) e que ficou conhecido como Cativeiro da Babilônia.
      A Igreja católica impedia a acumulação de capital, condenando as operações de empréstimos com juros e o lucro; desejava-se, pois, uma religião que permitisse a acumulação de capital e o lucro sem censura.
      Os monarcas faziam oposição à forte autoridade do papa, o que prejudicava a centralização política tão desejada dos membros pela monarquia. Além disso, os nobres estavam interessados em tomar posse das terras pertencentes à Igreja.
      A falta de conhecimento e formação de grande parcela dos membros do clero, levou, com frequência, à imoralidade e ao comércio de objetos sagrados e de cargos eclesiásticos, conhecido como Simonia.




Um comentário:

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