quinta-feira, 28 de maio de 2020

República das espadas





       Logo após a Proclamação da República, o Marechal Deodoro da Fonseca assumiu a presidência do país, chefiando um governo provisório, pois havia necessidade de solucionar os problemas mais urgentes que atingiram o Brasil naquele momento. As medidas mais importantes foram escolha de uma nova bandeira nacional, banimento da família imperial, naturalização de grande número de imigrantes, separação entre Igreja e Estado, convocado de uma Assembleia Constituinte, instituição do casamento civil, transformação das províncias em estados, escolha de uma república federativa como regime político e a reforma do Código Penal.
       A Constituinte da época promulgou a Constituição de 1891, a primeira da república e a segunda do país.
      Foi nomeado ministro da fazenda o jurista baiano Rui Barbosa, intelectual e político com livre trânsito entre os militares positivistas. Ele achava que o único obstáculo para a industrialização brasileira era a falta de crédito, o que o levou a autorizar alguns bancos privados a emitirem papel-moeda, ampliando o crédito para quem desejasse implantar indústrias no país. Porém a emissão de papel-moeda sem o lastro de ouro provocou a desvalorização da moeda e, consequentemente, inflação. Com a verba liberada em função da industrialização, os aproveitadores criaram empresas-fantasmas, especulando com elas na bolsa. Esse movimento de intensa especulação bolsista (chamado de encilhamento) resultou em mais inflação e desorganização da economia brasileira (crise do encilhamento).
      Apesar de vários governadores concordarem com os atos de Marechal Deodoro, a reação da oposição, entretanto, o assustou. Políticos de vários estados ameaçaram pegar em armas. Explodiu, então, a Revolta da Marinha, comandada pelo almirante Custódio de Melo e inicio-se uma greve dos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil. Até mesmo alguns setores do Exército não concordavam com a atitude inconstitucional do presidente.







     Pressionado e temendo uma guerra civil, Deodoro renunciou. Assumiu o governo, então, o vice-presidente Marechal Floriano Peixoto, que conseguiu o apoio dos jacobinos, militares que defendiam radicalmente a implantação da república.
      Para conciliar seu autoritarismo com o apoio popular, Floriano decretou a redução de impostos e aluguéis, lançou um projeto de construção de casas populares, combateu os intermediários do comércio reabriu o Congresso.
       No entanto, o governo de Floriano era inconstitucional, pois ele, como vice, assumiu quando seu antecessor não tinha cumprido, pelo menos, metade do mandato. Conforme a Constituição, deveria ter sido convocada uma nova eleição. Floriano não concordava com esse determinação, mesmo quando a oposição partia do próprio Exército, como foi o caso do Manifesto dos Treze Generais, no qual era exigida o cumprimento da Constituição. 
      Explodiu a Revolta da Armada, liderada pelo Almirante Saldanha da Gama. Os oficiais da Marinha tinham sido monarquistas e, depois da Proclamação da República, haviam sido excluídos do poder, motivo pelo qual se opunham ao governo de Floriano. Uma vez derrotados, os oficiais rebeldes se dirigiram para a Região Sul, onde decidiram juntar-se a políticos rebeldes em terra.
      O maior foco de oposição a Floriano surgiu no Sul com a Revolução Federalista. O apoio a Floriano era liderado pelo governador gaúcho Júlio de Castilhos e seus seguidores, os chamados pica-paus. Já os opositores, contrários a uma excessiva centralização de poderes, eram os federalistas ou maragatos, liderados por Silveira Martins. Apesar de os federalistas avançarem sobre Santa Catarina e parte do Paraná, chegando inclusive a Curitiba, as tropas florianistas resistiram por um longo tempo na Lapa (PR), permitindo a preparação de uma contraofensiva do governo de Floriano Peixoto.
       Por causa da violência de seu governo, Floriano ganhou a alcunha de Marechal de Ferro.




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