quarta-feira, 27 de maio de 2020

Reforma Luterana




Apesar dos problemas, a igreja católica no Ocidente manteve sua unidade até o século XVI, quando a venda de indulgências no Sacro Império Romano Germânico, condenada por Martinho Lutero, funcionou coo o estopim de um movimento político-religioso que quebrou aquela unidade, levando à criação das Igrejas protestantes. Em 31 de outubro de 1517, esse religioso e professor fixava, na porta da igreja de Witterberg, 95 teses contra as indulgências.

Movimento protestante iniciou dia 31 de outubro de 1517 - IEQ Lindeia
     
          Três anos se passaram entre a apresentação das suas 95 teses e o rompimento com Roma, que se deu com a publicação daquilo que os protestantes chamam os três "grandes escritos da reformação": Manifesto à Nobreza Alemã (agosto de 1520), Da Liberdade Cristã (setembro de 1520) e o Cativeiro da Babilônia (outubro de 1520). Nessas obras, delineava-se o que viria a construir alguns anos mais tarde a Igreja Luterana.
          Os escritos de Lutero tiveram grande aceitação por parte da pequena nobreza alemã. Temerosa da centralização do poder real e com a crise do sistema feudal, que provocava vários levantes populares, sem contar os movimentos comunais, essa nobreza encontrava nas ideias de Lutero as armas para garantir sua independência perante o imperador e o papa, além de assegurar uma sobrevida ao sistema feudal.
          No ano seguinte, Lutero foi convocado para uma Assembleia em Worms, quando deveria retratar-se. Diante de sua recusa, ele foi considerado indigno e banido do Império.
          A expansão  das ideias luteranas levou o Imperador Carlos V a convocar uma nova assembleia, dessa vez em Spira, em que se aceitava a doutrina luterana nas reuniões convertidas, mas não se admitia sua propagação pelo restante do Império. Portanto, esta dieta ao mesmo tempo em que era tolerante em relação ao luteranismo já instalado, não aceitava novas conversões nos Estados Germânicos. Essa decisão levou a uma manifestação por parte de determinados setores da sociedade que desejavam converter-se ao novo credo. Diante desse protesto por parte de alguns príncipes, surgiu o termo protestante. Em 1530, uma nova assembleia foi convocada em Augsburgo, quando foi apresentada a Confissão de Augsburgo, elaborada por Lutero e Melanchthon, em que se ditavam as bases da nova Igreja. 
          Entre os princípios da nova Igreja, podem-se destacar:

  • a Escritura como único dogma de fé;
  • a fé como única fonte de salvação;
  • a negação da transubstanciação;
  • a eliminação do clero regular, do celibato sacerdotal e do culto aos santos;
  • a substituição do latim nos cultos religiosos, que passaram a ser realizados no idioma nacional;
  • a submissão da Igreja ao Estado;
  • a manutenção de apenas dois sacramentos: batismo e eucaristia;
  • a livre interpretação das Escrituras.
 
        Em 1555 foi estabelecida a Paz de Augsburgo, pela qual os príncipes conseguiram a posse das terras secularizadas e a liberdade religiosa, no entanto, ficaram proibidas novas secularizações e os súditos deveriam adotar a religião dos príncipes: "cujus regio, ejus religio" - " tal príncipe, tal religião".

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